quinta-feira, 17 de julho de 2008

mais uma sextina, desta vez é a do jaime medeiros jr

algo de sentimento mal-quebrado meio mar
meio sal extemporâneos de visgo verde-musgo
deitam-se contigo cancelizam-se dentro ao jogo
furtivo do rompe-ciclos fazem-se e permitem-se ser algo vida
que mesmo malbaratada são pois algo feito pedra
nasce sob a face do esquecimento algo pra além do arrependimento

algo simples algo chão que se nos destampa o arrependimento
contrito de tanto conhecer-se atônito de tanto te querer vira mar
grande mar pra além do mar re-sentindo-se ao saber-se vida
vida que comporta-se algo torta pura e imprecisa jogo
que coabita em todo o lugar rastro incerto na água do prende-musgo
dando-se ao desejo de ser algo mais que do que é pedra

mesmo que feita de incerteza mesmo que esquecida pedra
é o que é e no torvelinho do desespanto a lua feito vida
come horas cansadas horas partidas rompidas de arrependimento
brando e branco feito olhos que se desreinventam no fim do jogo
perene da sorte crescida e vertida em tão somente seco musgo
e contudo algo de sol – solinho – inda quer se acordar por sobre o mar